" A Carta que nunca te escrevi " #3

Sejam bem-vindos a mais um Post!
Hoje decidi regressar com rubrica da "A Carta que nunca te escrevi". A autora desta Carta decidiu ultrapassar algo difícil da sua vida com esta carta sentida e cheia de significado. Um enorme obrigada para ela que foi corajosa em reviver cada momento uma última vez, ly! 

"Comecei e apaguei tudo isto que te quis dizer mais vezes do que aquelas que me consigo lembrar, parecia que nunca mais encontrava as palavras certas para te dizer, então decidi apenas começar pelo início. Mesmo que tu nunca chegues a ler isto eu preciso de o dizer, de o escrever, preciso de arranjar forma de tirar da cabeça aquilo que há muito se alojou na minha consciência. Nunca em nenhuma altura da nossa relação eu achei que estaria aqui a escrever tudo aquilo que não te disse e provavelmente nunca direi. Durante 4 anos eu fui a pessoa que amou mais, a que quis sempre mais e a que lutou sempre mais e todo sabemos, quem gosta demais acaba magoado mais depressa. Sempre fomos dois miúdos com pouca noção da vida e talvez um pouco de excesso de amor, amor que ao fim e ao cabo se tornou em dor, muita dor. Muitas noites sem dormir, muitos choros de almofada, enormes dores de cabeça, pouca vontade de me movimentar, tudo isto e mais alguma coisa levaram-me a afundar numa depressão da qual me vi aflita para sair. Afundei-me num poço que parecia não ter fim, tudo se tornou aborrecido e até as tarefas mais básicas se tornaram chatas e monótonas. Passei um dos piores anos da minha vida e talvez tu nunca venhas a saber que foste a minha maior fraqueza, mas também te tornaste a minha maior força. Despertaste em mim sentimentos que anteriormente não existiam e como na vida nem tudo é mau e algumas desilusões na vida nem sempre são desilusões e sim aprendizagens, também me ensinaste muito e não te poderia estar mais grata, pena que não o vás ouvir da minha parte. E não o vais ouvir da minha parte não porque te guardo rancor, não porque te odeio, mas simplesmente porque ainda não o mereces ouvir. É isso mesmo, não o mereces ouvir porque enquanto não souberes o que realmente queres, o que realmente sentes, não mereces saber tudo aquilo que eu guardo comigo. É com muita pena que vejo as coisas desta forma, não penses o contrário, mas uma coisa que eu aprendi depois de tudo foi que temos que saber pôr-nos a nós próprios em primeiro, logo, nunca te diria tudo isto que me vai na alma sabendo que não lhe irias dar o valor que merece. Sei que ainda pensas em mim e confirmas isso de todas as vezes que mandas mensagem sempre que voltas, quando me pedes que vá ter contigo porque sentes a minha falta e me queres ver nem que seja rodeada do grupo do costume. De todas as vezes que me mandas mensagens na esperança que eu ainda te responda com o mesmo entusiasmo com que costumava e desculpa mas não esperes muito mais de mim sem ser tolerância. Apesar de tudo isto, não te odeio, houve alturas que sim mas depois acabei por perceber que não vale a pena, todos os seres humanos erram e tu não fugiste à regra. As feridas de um amor destes não sararam facilmente mas agora que isso finalmente aconteceu não te podia estar mais agradecida por tudo o que me fizeste passar. Tornou-me na pessoa que sou hoje, só tenho pena que não o vás saber. Esta é a carta que eu nunca te escrevi."


Espero que tenham gostado, um grande beijinhos e até breve,
Melani

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